terça-feira, 20 de setembro de 2011

Letras de músicas de 1934

Linda Lourinha – Silvio Caldas


Loirinha, loirinha
Dos olhos claros de cristal
Desta vez em vez da moreninha 
Serás a rainha do meu carnaval
(bis)
Loura boneca que vens de outra terra
Que vem de Inglaterra
Que vem de Paris
Quero te dar o meu amor mais quente
Do que o sol ardente 
Deste meu Brasil
Linda loirinha tens olhar tão claro
Deste azul tão raro
Como o céu de anil
Mas tuas faces vai ficar morenas
Como das pequenas deste meu Brasil
Loirinha, loirinha
Dos olhos claros de cristal
Desta vez em vez da moreninha 
Serás a rainha do meu carnaval



O Correio Já Chegou – Francisco Alves


O Correio já chegou, ô, ô, 
Nem uma cartinha de você... 
Todo dia a mesma coisa, 
E eu de longe, sem saber porque. (bis) 

Longe dos olhos, 
Longe do coração, 
É o ditado mais certeiro, 
Deste mundo de ilusão, 
Amor, 
Como é triste a minha sorte !... 
Só espero agora a morte ; 
É tudo o que me resta, pra consolação. 

Minha mágoa, 
Vem da confiança, 
Que em você depositava, 
Minha única esperança, 
Amor, 
Já que tudo está perdido, 
Apaga-me de todo, da tua lembrança.


A Mulher Que Ficou na Taça – Francisco Alves


Fugindo da nostalgia 
Vou procurar alegria 
Na ilusão dos cabarés 
Sinto beijos no meu rosto 
E bebo por meu desgosto 
Relembrando o que tu és
E quando bebendo espio 
Uma taça que esvazio 
Vejo uma visão qualquer 
Não distingo bem o vulto 
Mas deve ser do meu culto 
O vulto dessa mulher...
Quanto mais ponho bebida 
Mais a sombra colorida 
Aparece em meu olhar 
Aumentando o sofrimento 
No cristal em que, sedento 
Quero a paixão sufocar
E no anseio da desgraça 
Encho mais a minha taça 
Para afogar a visão 
Quanto mais bebida eu ponho 
Mais cresce a mulher no sonho 
Na taça, e no coração.



Maria – Silvio Caldas


Maria 
O teu nome principia 
Na palma da minha mão 
E cabe bem direitinho 
Dentro do meu coração
Maria
Maria, de olhos claros cor do dia
Como os de Nosso Senhor
Eu por vê-los tão de perto
Fiquei ceguinho de amor
Maria
No dia minha querida
Em que juntinhos na vida
Nós dois nos quisermos bem
À noite em nosso cantinho
Hei de chamar-te baixinho
Não há de ouvir mais ninguém
Maria
Maria, era um nome que eu dizia 
Quando aprendi a falar
Da vozinha coitadinha 
Que eu não canso de chorar
Maria
E quando eu morar contigo
Tu hás de ver que perigo
Que isso vai ser
Ai, meu Deus
Vai nascer todos os dias
Uma porção de Marias 
De olhinhos da cor dos teus
Maria
Maria



Alvorada – Carmen Miranda


Vem raiando a aurora (est.)
Vai clareando o dia, vai...
E vem o sol raiando lá no céu
Para findar nossa alegria
A cuíca lá no alto, ronca a noite inteira
Embalando aquela gente, lá do morro de Mangueira
E o samba se prolonga, até alta madrugada
Mas o dia vem raiando, vai cessando a batucada
(Ôi, vem, vem, vem)

Pra gozar a mocidade, fiz um samba no terreiro
E tinha gente da Favela, de Mangueira e do Salgueiro
E até mesmo da cidade, tinha gente que é dotô
E que sambavam de verdade, pra mostrar o seu valô
(Ôi, vem, vem, vem)

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