sábado, 3 de dezembro de 2011

Já estou com saudades da turma 901...

A turma 901 está se formando e eu já estou sentindo saudades...
Queria agradecer a turma pela homenagem e pela honra de ser paraninfo de vocês. Foi um prazer imenso dar aula para vocês neste ano de 2011.Alguns eu já conhecia de anos anteriores, outros chegaram no início do ano e outros no finalzinho,mas não menos queridos.
Que Deus abençoe todos vocês e que vocês continuem trilhando este caminho de amizade, estudo, companheirismo, alegria e responsabilidade.
Amo todos vocês do fundo do meu coração!!!
E saibam que todos as vezes que chamei atenção, briguei...sempre foi no intuito de alertá-los, porque só brigamos com quem nos importamos...
Sejam felizes!!!!!!!!!!!!!
Boas Férias!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O Teatro de Revista

O Teatro de Revista foi um gênero do teatro brasileiro cujos espetáculos fizeram uma poderosa e irreverente crítica aos costumes, a partir de quadros que formavam uma estrutura fragmentária e usavam como principais elementos da narrativa os textos em verso, a paródia, a comédia musicada, a dança, as representações folclóricas e a presença das vedetes.
O gênero surgiu no século XIX e ganhou destaque principalmente com as dramaturgias de Artur Azevedo.
No teatro de revista, a questão visual e o acompanhamento musical tinham grande importância, uma vez que mantinham o clima alegre dos espetáculos e ajudavam a enfatizar a crítica feita à hipocrisia social. Um dos mais tradicionais espetáculos do teatro de revista era apresentado no início de cada ano, quando uma série de cenas curtas parodiavam fatos reais do ano anterior.
Derivado do modelo francês, o teatro de revista brasileiro atingiu sua fase áurea entre as décadas de 1920 e 1950, quando se destacaram a Companhia Nacional de Revistas e Burletas, de Pascoal Segreto, e as produções de Walter Pinto, que traziam frequentemente no elenco as atrizes Dercy Gonçalves e Vinginia Lane.


Editoras: Débora Nz. Ribeiro e Rayssa Gomes

Olga Benário e Luís Carlos Prestes

Olga Benário

Luís Carlos Prestes

Olga e Prestes

Luís Carlos Prestes preso, com o jornalista chileno José Joaquim Silva e o capitão Orlando Leite Ribeiro no pátio de recreio da Casa de Correção, Rio de Janeiro, 1941.

Prestes e Olga Benário

Integralistas e Aliancistas

Os Integralistas

A ação integralista desejava instalar no Brasil uma ditadura parecida com a do fascista Benito Mussolini na Itália.
A ação integralista brasileira (AIB) foi fundada em 1932. Essa organização queria um governo muito autoritário, sendo dirigido por um só chefe de partido único.E ainda o predomínio dos interesses da nação sobre os do indivíduo,o uso da violência contra adversários políticos – principalmente contra os comunistas – e a censura aos meios de comunicação.
Muitos dos integralistas eram anti-semitas e culpavam os Judeus pelo atraso do Brasil.
O escritor integralista Gustavo Barroso (1888-1959) escreveu vários livros afirmando que “o Brasil tinha se tornado uma colônia dos ROTHSCHILD” – banqueiros norte-americanos de origem judaica.
A AIB chegou a possuir mais de 100 mil afiliados e mais de mil núcleos espalhados pelo país e o seu lema era “DEUS,PÁTRIA E FAMÍLIA”.



Aliança Nacional Libertadora (ANL)

A Aliança Nacional Libertadora foi criada para fazer oposição aos Integralistas. A ANL foi fundada no Brasil em 1935.
Os membros dessa organização escolheram LUÍS CARLOS PRESTES como seu presidente de honra no Brasil. A ANL se definia como um movimento popular e durante sua existência reuniu diferentes forças políticas como socialistas,anarquistas e comunistas (esses eram a principal força dentro da ANL).
ANL defendia o não pagamento da dívida externa brasileira, a nacionalização das empresas estrangeiras, a reforma agrária e a formação de um governo popular.

O levante comunista

Entusiasmado com o rápido crescimento da ANL, Luís Carlos Prestes lançou um manifesto em 5 de julho de 1935, que propunha a derrubada do governo Vargas.
Sem esperar as ordens de Prestes, um grupo de sargentos ,cabos e soldados comunistas de Natal, Rio Grande do Norte,deu inicio à chamada INTENTONA COMUNISTA.
Seguiram-se levantes em Recife e no Rio em que ocorreram combates que causaram várias mortes. Agindo com rapidez e dureza,o governo de Vargas passou a prender e a torturar os simpatizantes da ANL,comunistas ou não.
As cadeias das principais cidades brasileiras encheram-se de presos políticos, como o escritor alagoano GRACILIANO RAMOS, LUIS CARLOS PRESTES e sua mulher,OLGA BENÁRIO.

 
Editora: Ana Carolina

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Sufrágio Feminino





Sufrágio Feminino

O movimento pelo sufrágio feminino,tem como objetivo estender o sufrágio para que as mulheres tenham o direito de votar. As mulheres e os homens participam do sufrágio e são considerados sufragistas.
O primeiro país a garantir o sufrágio feminino foi a Nova Zelândia no ano de 1893, por causa do movimento liderado por Kate Sheppard.


O voto feminino no Brasil

A luta mundial dos movimentos feministas inclui a cidade de Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte.Quem governava esse estado nordestino, no ano de 1928, era o governador Juvenal Lamartine, ele autorizou o voto das mulheres nas eleições, mas isso não era permitido no Brasil, mesmo a proibição não constando da Constituição Federal

No consultor Jurídico do jornal “O Estado de São Paulo” está situada uma informação de que depois da Proclamação da República, o Governo Provisório tinha convocado eleições para uma  Assembléia Constituente.Uma mulher conseguiu o alistamento eleitoral com a ajuda da “Lei Saraiva”, estabelecida no ano de 1881, que determinava que "qualquer cidadão que tivesse renda miníma de 2 mil reais podia votar."   

         
Mitologia

A mitologia conta que as mulheres da África tinham o direito de votar na época do rei Ácrope I.Quando este rei fundou uma cidade, nela brotaram uma deveira e uma fonte de água. Então, o rei fez uma pergunta para o oráculo de Delfos: "o que a oliveira queria dizer?". Então ele respondeu, que "a oliveira significava Minerva e a fonte de água de Netuno". Então foi criada uma votação para os cidadãos (homens e mulheres) escolherem o nome da cidade e a maioria das pessoas escolheram o nome Minerva.


Editoras: Maria Lara  Pientznauer e Victória Belmiro.











Editorial de Moda - Anos 30 e 40.

Anos 40
Anos 30


Anos 30

Anos 40


Início dos anos 40

Anos 30

Anos 40

Anos 30



Após uma década de euforia, a alegria dos “anos loucos” chegou ao fim com a crise de 1929.
A queda da Bolsa de Valores de Nova York provocou uma crise econômica mundial sem precedentes. Milionários ficaram pobres de um dia para o outro, bancos e empresas faliram e milhões de pessoas perderam seus empregos.
Em geral, os períodos de crises não são caracterizados por ousadias na forma de se vestir. Diferentemente dos anos 20, que havia destruído as formas femininas, os 30 redescobriram as formas do corpo da mulher através de uma elegância refinada, sem grandes ousadias.As saias ficaram longas e os cabelos começaram a crescer.
Os vestidos eram justos e retos, além de possuírem uma pequena capa ou um bolero, também bastante usado na época. Em tempos de crise, materiais mais baratos passaram a ser usados em vestidos de noite, como o algodão e a casimira.
O corte enviesado e os decotes profundos nas costas dos vestidos de noite marcaram os anos 30, que elegeram as costas femininas como o novo foco de atenção. Alguns pesquisadores acreditam que foi a evolução dos trajes de banho a grande inspiração para tais roupas decotadas.
A moda dos anos 30 descobriu o esporte, a vida ao ar livre e os banhos de sol. Os mais abastados procuravam lugares à beira-mar para passar períodos de férias. Seguindo as exigências das atividades esportivas, os saiotes de praia diminuíram, as cavas aumentaram e os decotes chegaram até a cintura, assim como alguns modelos de vestidos de noite.
A mulher dessa época devia ser magra, bronzeada e esportiva, o modelo de beleza da atriz Greta Garbo. Seu visual sofisticado, com sobrancelhas e pálpebras marcadas com lápis e pó de arroz bem claro, foi também muito imitado pelas mulheres.
Aliás, o cinema foi o grande referencial de disseminação dos novos costumes. Hollywood, através de suas estrelas, como Katharine Hepburn e Marlene Dietrich, e de estilistas, como Edith Head e Gilbert Adrian, influenciaram milhares de pessoas.Alguns modelos novos de roupas surgiram com a popularização da prática de esportes, como o short, que surgiu a partir do uso da bicicleta. Os estilistas também criaram pareôs estampados, maiôs e suéteres. Um acessório que se tornou moda nos anos 30 foram os óculos escuros. Eles eram muito usados pelos astros do cinema e da música.
Em 1935, um dos principais criadores de sapatos, o italiano Salvatore Ferragamo, lançou sua marca, que viria se transformar em um dos impérios do luxo italiano. Com a crise na Europa, Ferragamo começou a usar materiais mais baratos, como o cânhamo, a palha e os primeiros materiais sintéticos. Sua principal invenção foi a palmilha compensada.
Gabrielle Chanel continuava sendo sucesso, assim como Madeleine Vionnet e Jeanne Lanvin. A surpreendente italiana Elsa Schiaparelli iniciou uma série de ousadias em suas criações, inspiradas no surrealismo. Outro destaque é Mainbocher, o primeiro estilista americano a fazer sucesso em Paris. Seus modelos, em geral, eram sérios e elegantes, inspirados no corte enviesado de Vionnet. Assim como o corpo feminino voltou a ser valorizado, os seios também voltaram a ter forma.
A mulher então recorreu ao sutiã e a um tipo de cinta ou espartilho flexível. As formas eram marcadas, porém naturais.Seguindo a linha clássica, tudo o que era simples e harmonioso passou a ser valorizado, sempre de forma natural. Os móveis de Jean-Michel Frank e André Arbus traduziam esse neoclassicismo, o auge do gosto pela vida e sua arte. Além disso, o estilo art-déco e a aerodinâmica norte-americana dominaram a década de 30.
O surgimento de novos materiais, como a baquelita, uma espécie de plástico maleável, aliada ao novo conceito de modernidade, relacionada à aerodinâmica, fez surgir um novo design, aplicado a vários objetos e eletrodomésticos. A baquelita também foi amplamente utilizada para a fabricação de jóias leves, inspiradas em temas do momento.
Raymond Loewy foi um dos designers mais bem-sucedidos dos Estados Unidos. Ele foi responsável pela remodelagem de diversos produtos, como a embalagem dos cigarros Lucky Strike e o logotipo da Shell.Alvar Aalto e Marcel Breuer foram outros importantes nomes do design da década de 30. Eles fizeram experiências com novas formas de madeira processada industrialmente, como a compensada.
Nessa época, o termo prêt-à-porter ainda não era usado, mas os passos para o seu surgimento eram dados pela butique, palavra então muito utilizada que significava “já pronto”. Nas butiques surgiram os primeiros produtos em série assinados pelas grandes maisons.No final dos anos 30, com a aproximação da Segunda Guerra Mundial, que estourou na Europa em 1939, as roupas já apresentavam uma linha militar, assim como algumas peças já se preparavam para dias difíceis, como as saias, que já vinham com uma abertura lateral, para facilitar o uso de bicicletas.
Muitos estilistas fecharam suas maisons ou se mudaram da França para outros países. A guerra viria transformar a forma de se vestir e o comportamento de uma época.

Editoras: Rannah Caliocane e Mariana Couto

terça-feira, 20 de setembro de 2011

As cinco músicas mais tocadas em 1939

1° O que é que a Baiana tem? – Carmen Miranda & Dorival Caymmi


O que é que a baiana tem?
O que é que a baiana tem?
Tem torso de seda tem (tem)
Tem brinco de ouro tem (tem)
Corrente de ouro tem (tem)
Tem pano da Costa tem (tem)
Tem bata rendada tem (tem) 
Pulseira de ouro tem (tem)
E tem saia engomada tem (tem)
Tem sandália enfeitada tem (tem)
E tem graça como ninguém...!
O que é que a baiana tem? (bis)
Como ela requebra bem...!
O que é que a baiana tem? (bis)
Quando você se requebrar caia
por cima de mim (tris)
O que é que a baiana tem?
Mas o que é que a baiana tem?
O que é que a baiana tem?
Tem torso de seda tem (tem?)
Tem brinco de ouro tem (ah!)
Corrente de ouro tem (que bom!)
Tem pano da Costa tem (tem)
Tem bata rendada tem (e que mais?)
Pulseira de ouro tem (tem)
Tem saia engomada tem (tem)
Sandália enfeitada tem
Só vai no Bonfim quem tem...
O que é que a baiana tem? (bis)
Só vai no Bonfim quem tem...
O que é que a baiana tem? (bis)
Um rosário de ouro, uma bolota assim
Ai, quem não tem balangandãs
não vai no Bonfim
Ôi, quem não tem balangandãs
Não vai no Bonfim
Ôi, não vai no Bonfim (6 vezes)



2° A Jardineira – Orlando Silva

O jardineira por que estas tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a Camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu
Foi a Camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu
O jardineira por que estas tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu
Foi a Camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu
Vem jardineira
Vem meu amor
Não fique triste 
Que este mundo é todo teu
Tu és muito mais bonita 
Que a camélia que morreu
O jardineira por que estas tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu
Foi a Camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu
Vem jardineira
Vem meu amor
Não fique triste 
Que este mundo é todo teu
Tu és muito mais bonita 
Que a camélia que morreu



3° No Rancho Fundo – Silvio Caldas

No rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade contam coisas da cidade
No rancho fundo, de olhar triste e profundo
Um moreno conta as mágoas tendo os olhos rasos d'água
Pobre moreno, que de tarde no sereno
Espera a lua no terreiro tendo o cigarro por companheiro
Sem um aceno ele pega da viola
E a lua por esmola vem pro quintal deste moreno
No rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria nem de noite nem de dia
Os arvoredos já não contam mais segredos
E a última palmeira já morreu na cordilheira
Os passarinhos internaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza enche de trevas a natureza
Tudo por quê? Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno para uma casa de sapê



4° Aquarela do Brasil – Francisco Alves

Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Brasil!
Pra mim... Pra mim...
Ô, abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil! Brasil!
Deixa cantar de novo o trovador
À merencória luz da lua
Toda a canção do meu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil! Brasil!
Pra mim... Pra mim...
Brasil, terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto
O Brasil verde que dá
Para o mundo se admirar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Brasil!
Pra mim... Pra mim...
Ô, esse coqueiro que dá coco
Oi onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil! Brasil!
Ô, oi essas fontes murmurantes
Oi onde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Oi, esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil! Brasil!
Pra mim... Pra mim...



5° Deusa da Minha Rua – Silvio Caldas

A Deusa da minha rua
Tem os olhos onde a lua
Costuma se embriagar
Nos seus olhos eu suponho,
Que o sol num dourado sonho,
Vai claridade buscar,
Minha rua é sem graça
Mas quando por ela passa
Teu vulto que me seduz
A ruazinha modesta,
É uma paisagem de festa
É uma cascata de luz,
Na rua uma poça d'água,
Espelho da minha mágoa
Transporta o céu para o chão,
Tal qual o chão da minha vida
A minha alma colorida
O meu pobre coração
Infeliz da minha amada
Meus olhos são poças d'água
Sonhando com teu olhar...
Ela é tão rica, e eu tão pobre,
Eu sou plebeu, e ela é nobre
Não vale a pena sonhar


Músicas pesquisadas por Ágatha, Felipe Lau e Rafael.

As cinco músicas mais tocadas em 1938

1° Pastorinhas – Silvio Caldas

A estrela d'alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as pastorinhas
Pra consolo da lua
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor
Linda pastora
Morena da cor de Madalena
Tu não tens pena
De mim que vivo tonto com o meu olhar
Linda criança
Tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre e sempre te amar


2º Camisa Listada-Carmen Miranda

Vestiu uma camisa listrada, 
E saiu por aí, 
Em vez de tomar chá com torrada, 
Ele tomou Parati, 
Levava um canivete no cinto, 
E um pandeiro na mão, 
E sorria quando o povo dizia, 
Sossega, Leão, sossega Leão.
Tirou o seu anel de doutor, 
Para não dar o que afalar, 
E saiu, dizendo, eu quero mamá, 
Mamãe eu que mamá.
Levava um canivete no cinto, 
E um pandeiro na mão, 
E sorria quando o povo dizia, 
Sossega Leão, sossega Leão.
Levou meu saco de água quente, 
Pra fazer chupeta, 
E rompeu a minha cortina de veludo, 
Pra fazer uma saia, 
Abriu meu guarda-roupa, 
Arrancou a combinação, 
Até do cabo de vassoura, 
Ele fez um estandarte, para o seu Cordão.
E agora que a batucada, 
Já vai terminando, 
Eu não deixo e não consinto, 
Meu querido debochar de mim, 
Porque, se ele pegar as minhas coisas, 
Vai dar o que falar, 
Se fantasia de Antonieta, 
E vai dançar no Bola Preta, 
Até o sol raiar...


3° Se Acaso Você Chegasse- Cyro Monteiro

Se acaso você chegasse
No meu chateau e encontrasse
Aquela mulher que você gostou
Será que tinha coragem 
De trocar nossa amizade
Por ela que já lhe abandonou?
Eu falo porque essa dona 
Já mora no meu barraco 
À beira de um regato
E de um bosque em flor
De dia me lava a roupa
De noite me beija a boca
E assim nós vamos vivendo de amor


4º Na Baixa do Sapateiro – Carmen Miranda

 Ai, o amô, ai, ai
Amô, bobage que a gente não explica, ai, ai
Prova um bocadinho ôi, fica envenenado, ôi
E p'ro resto da vida é um tá de sofrê, olará, olerê
Ôi, Bahia, ai, ai
Bahia que não me sai do pensamento, ai, ai
Faço o meu lamento ôi, na desesperança, ôi
de encontrá p'resse mundo o amô que eu perdi
na Bahia, vô contá:
Na Baixa do Sapateiro encontrei um dia
o moreno mais frajola da Bahia
Pediu-me um beijo, não dei
Um abraço, sorri
Pediu-me a mão, não quis dar... e fugi
Bahia, terra da felicidade
Moreno, eu ando louca de saudade
Meu Sinhô do Bonfim
arranje outro moreno igualzinho pra mim


5° Touradas em Madrid – Almirante

Eu fui às touradas em Madri
E quase não volto mais aqui
Pra ver Peri beijar Ceci.
Eu conheci uma espanhola
Natural da Catalunha;
Queria que eu tocasse castanhola
E pegasse touro à unha.
Caramba! Caracoles! Sou do samba,
Não me amoles.
Pro Brasil eu vou fugir!
Isto é conversa mole para boi dormir!

As cinco músicas mais tocadas em 1937


1° Carinhoso – Orlando Silva

Meu coração
Não sei por que
Bate feliz
Quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim
Ah, se tu soubesses como eu sou tão carinhoso
E muito muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus
A procura dos teus
Vem matar esta paixão
Que me devora o coração
E só assim então
Serei feliz, bem feliz


2° Chão de Estrelas – Silvio Caldas

Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Meu barracão no morro do Salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou
Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda, qual bandeiras agitadas
Pareciam estranho festival!
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua, furando o nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
Tu pisavas os astros, distraída,
Sem saber que a ventura desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão


3° Periquitinho Verde – Dircinha Batista

Meu periquitinho verde
Tire a sorte por favor
Eu quero resolver
Este caso de amor
Pois se eu não caso
Neste caso eu vou morrer
O que eu não quero
É depois de me casar
Ouvir a filharada
Noite e dia a me amolar
Pois eu juro que não tenho
Paciência de aturar
"mamãe eu quero mamar"


4º Coração Materno – Vicente Celestino

Disse um campônio à sua amada: "Minha idolatrada, diga o que quer
Por ti vou matar, vou roubar, embora tristezas me causes mulher
Provar quero eu que te quero, venero teus olhos, teu corpo, e teu ser
Mas diga, tua ordem espero, por ti não importa matar ou morrer"
E ela disse ao campônio, a brincar: "Se é verdade tua louca paixão
Parte já e pra mim vá buscar de tua mãe inteiro o coração"
E a correr o campônio partiu, como um raio na estrada sumiu
E sua amada qual louca ficou, a chorar na estrada tombou
Chega à choupana o campônio
Encontra a mãezinha ajoelhada a rezar
Rasga-lhe o peito o demônio
Tombando a velhinha aos pés do altar
Tira do peito sangrando da velha mãezinha o pobre coração
E volta à correr proclamando: "Vitória, vitória, tens minha paixão"
Mas em meio da estrada caiu, e na queda uma perna partiu
E à distância saltou-lhe da mão sobre a terra o pobre coração
Nesse instante uma voz ecoou: "Magoou-se, pobre filho meu?
Vem buscar-me filho, aqui estou, vem buscar-me que ainda sou teu!"


5° Lábios que Beijei – Orlando Silva

Lábios que beijei / 
Mãos que afaguei
Numa noite de luar, assim,
O mar na solidão bramia / 
E o vento a soluçar, pedia
Que fosses sincera para mim.

Nada tu ouviste / 
E logo que partiste
Para os braços de outro amor.
Eu fiquei chorando / 
Minha mágoa cantando
Sou estátua perenal da dor.

Passo os dias soluçando com meu pinho
Carpindo a minha dor, sozinho
Sem esperanças de vê-la jamais
Deus tem compaixão deste infeliz
Porque sofrer assim
Compadei-vos dos meus ais.
Tua imagem permanece imaculada
Em minha retina cansada / 
De chorar por teu amor.
Lábios que beijei / 
Mãos que afaguei

As cinco músicas mais tocadas em 1936


1° Pierrô Apaixonado – Joel & Gaúcho 

Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando
A colombina entrou num botequim
Bebeu, bebeu, saiu assim, assim
Dizendo: pierrô cacete
Vai tomar sorvete com o arlequim
Um grande amor tem sempre um triste fim
Com o pierrô aconteceu assim
Levando esse grande chute
Foi tomar vermute com amendoim


2° O Ébrio – Vicente Celestino

Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer 
aquela ingrata que eu amava e que me abandonou 
Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer 
Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou 
Só nas tabernas é que encontro meu abrigo 
Cada colega de infortúnio é um grande amigo 
que embora tenham como eu seus sofrimentos 
me aconselham e aliviam os meus tormentos 
Já fui feliz e recebido com nobreza até 
Nadava em ouro e tinha alcôva de cetim 
E a cada passo um grande amigo que depunha 
 
e nos parentes confiava, sim! 
E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então 
O falso lar que amava e que a chorar deixei 
Cada parente, cada amigo era um ladrão 
Me abandonaram e roubaram o que amei! 

Falsos amigos eu vos peço, imploro a chorar 
Quando eu morrer à minha campa nem 
uma inscrição 
Deixai que os vermes pouco a pouco venham 
terminar 
este ébrio triste e este triste coração 
Quero somente que na campa em que 
eu repousar 
os ébrios loucos como eu venham depositar 
os seus segredos ao meu derradeiro abrigo 
e suas lágrimas de dor ao peito amigo


3° Mágoas de Caboclo – Orlando Silva

Cabocla teu olhar está me dizendo
Que você está me querendo
Que você gosta de mim
Cablocla, não te dou meu coração
Você hoje me quer muito
Amanhã não quer mais não
Não creio mais em amor nem amizade
Vivo só pela saudade
Que o passado me deixou
A vida para mim não vale nada
Desde o dia em que a malvada
Meu coração estraçalhou
E as vezes pela estrada enluarada
Lembro-me de uma toada
Que ela para mim cantava
Quando eu era feliz e não pensava
Que a desgraça em minha porta
Passo a passo me rondava
Depois que ela partiu eu fiquei triste
Nada mais pra mim existe
Fiquei no mundo a penar
E quando penso nela,
Oh! Grande Deus
Eu sinto nos olhos meus
Triste lágrima a rolar


4º É bom parar- Francisco Alves

Por que bebes tanto assim rapaz? 
Chega, já é demais
Se é por causa de mulher
É bom parar
Porque nenhuma delas
Sabe amar
Se tu hoje estás sofrendo
É porque Deus assim quer
E quanto mais vai bebendo
Mais lembras desta mulher
Não crês, conforme suponho,
Nestes versos de canção:
"Mais cresce a mulher no sonho, oi
Na taça e no coração"
Sei que tens em tua vida
Um enorme sofrimento
Mas não penses que a bebida
Seja um medicamento
De ti não terei mais pena
É bom parar por aí
Quem não bebe te condena, oi
Quem bebe zomba de ti


5° No Tabuleiro da Baiana – Carmen Miranda & Luiz Barbosa

Luiz Barbosa - No tabuleiro da baiana tem...
Carmen Miranda - Vatapá, ôi, caruru,
mungunzá, ôi, tem umbu... pra Ioiô
LB - Se eu pedir você me dá?
CM - ...lhe dou
LB -...o seu coração
o seu amor de Iaiá?
CM - No coração da baiana tem...
LB - Sedução, ô, canjerê,
ilusão, ôi, candomblé
CM - Pra você...
LB - Juro por Deus, pelo Sinhô do Bonfim
Quero você baianinha, inteirinha pra mim
CM - Sim, mas depois o que será de nós dois?
Teu amor é tão fugaz, enganador!
LB - (Mentirosa, mentirosa, mentirosa) breque
Tudo já fiz, fui até num canjerê
Pra ser feliz, meus trapinhos "juntei" (*) com
você
CM - Sim, mas depois vai ser mais uma ilusão
Que no amor quem governa é o coração...!