terça-feira, 20 de setembro de 2011

Letras de músicas de 1931



Tico – Tico no Fubá – Carmen Miranda
Tico-tico
Tico-tico
O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer umas minhocas no pomar
Tico-tico
O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer umas minhocas no pomar
Ó por favor, tire esse bicho do seleiro
Porque ele acaba comendo o fubá inteiro
Tira esse tico de cá, de cima do meu fubá
Tem tanta coisa que ele pode pinicar
Eu já fiz tudo para ver se conseguia
Botei alpiste para ver se ele comia
Botei um galo, um espantalho e alçapão
Mas ele acha que fubá é que é boa alimentação
O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer é mais minhoca e não fubá
Tico-tico
O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer é mais minhoca e não fubá


Com Que Roupa? – Noel Rosa
Agora vou mudar minha conduta
Eu vou pra luta pois eu quero me aprumar
Vou tratar você com a força bruta
Pra poder me reabilitar
Pois esta vida não está sopa 
E eu pergunto: com que roupa?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?
Agora eu não ando mais fagueiro
Pois o dinheiro não é fácil de ganhar
Mesmo eu sendo um cabra trapaceiro
Não consigo ter nem pra gastar
Eu já corri de vento em popa
Mas agora com que roupa?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?
Eu hoje estou pulando como sapo
Pra ver se escapo desta praga de urubu
Já estou coberto de farrapo
Eu vou acabar ficando nu
Meu terno já virou estopa
E eu nem sei mais com que roupa
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?


No Rancho Fundo – Elisa Coelho
No rancho fundo
Bem prá lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade
Contam coisas da cidade...
No rancho fundo
De olhar triste e profundo
Um moreno canta as máguas
Tendo os olhos rasos d'água...
Pobre moreno
Que de noite no sereno
Espera a lua no terreiro
Tendo um cigarro
Por companheiro...
Sem um aceno
Ele pega na viola
E a lua por esmola
Vem pro quintal
Desse moreno...
No rancho fundo
Bem prá lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria
Nem de noite, nem de dia...
Os arvoredos
Já não contam
Mais segredos
E a última palmeira
Ja morreu na cordilheira...
Os passarinhos
Internaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza
Enche de trevas a natureza...
Tudo por que
Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno
Pra uma casa de sapê...
Se Deus soubesse
Da tristeza lá serra
Mandaria lá prá cima
Todo o amor que há na terra...
Porque o moreno
Vive louco de saudade
Só por causa do veneno
Das mulheres da cidade...
Ele que era
O cantor da primavera
E que fez do rancho fundo
O céu melhor
Que tem no mundo...
Se uma flor desabrocha
E o sol queima
A montanha vai gelando
Lembra o cheiro
Da morena...

Faceira – Silvio Caldas
Foi num samba 
De gente bamba 
Oi.gente bamba, 
Que eu te conheci, 
Faceira, 
Fazendo visagem, 
Passando rasteira. 
Que bom, que bom, que bom. 
E desceste lá do morro 
Pra viver cá na cidade, 
Deixando o companheiro, 
Quase louco de saudade. 
Linda criança, 
Tenho fé, tenho esperança, 
Tu um dia hás de voltar, 
Direitinho ao teu lugar.
(foi num samba)


Deusa – Francisco Alves
Deusa
Visão no céu que me domina
Luz de uma estrela que ilumina
Um coração pobre de amor
Teu trovador
Chorando as mágoas ao luar
Vem aos teus pés para implorar
As tuas graças divinais
Consolação e nada mais
Deusa
Anjo do céu, meu protetor
Nas alegrias e na dor
Sagrado ser a quem venero
Nada mais quero
Se não puder esquecer
Alguém que não mais quero ver
Visão fatal, que foi meu ideal
Deusa
Inspiração celestial
Sincera musa divinal
A quem confio meu segredo
Eu tenho medo
De não poder me dominar
Alguém no mundo ainda amar
Para evitar tal traição
Deixo contigo o coração
Deusa
Eu tenho em ti a minha esperança
Tu és a paz, és a bonança
A minha Santa Padroeira
Dá-me a cegueira
Não quero ver a mais ninguém
Nas trevas só me sinto bem
Na escuridão
Viver sem coração
Mas ó mulher
Pensas talvez que me enganavas
Quando a sorrir tu me beijavas
Dizendo, só me pertencer
A mim somente até morrer
Todas iguais
Tu és mulher, e nada mais
Não amarei no mundo, a mais ninguém
A ti somente eu quero bem.

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